quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Pedido de colaboração

Ora bem...

Lembram-se de falarmos tantas vezes de não conseguirmos encontrar ajuda adequada?  E as experiências desastrosas com ginecologistas, médicos/as de clínica geral e psicólogos/as (incluindo terapeutas sexuais)? 

Os bons profissionais existem, mas, infelizmente, há muitos que não o são. Por desconhecimento e ignorância. Por preconceito e estigma. Por uma série de razões. 

Depois de quase 10 anos de blog, estou a iniciar um estudo sobre a ajuda profissional que mulheres com vaginismo encontram e precisava muito da vossa colaboração! Para que possam, possamos, ter voz e que não seja tão invisível tudo o que se diz e faz, em contexto profissional, aquando de uma situação de vaginismo. É inaceitável que continuem a haver relatos de mulheres que procuram ajuda e não a obtêm. E, pior, o que obtêm leva-as, muitas vezes, a desistir de procurar ajuda e desistir também de si próprias!

Se quiserem participar no estudo é só clicar aqui

Podem participar mulheres com vaginismo atual ou passado. 

Está tudo explicado logo quando abrem o questionário. É totalmente anónimo e o que decidirem partilhar lá será usado (de forma anónima, mais uma vez) para investigação (publicações, comunicações, apresentações) de modo a percebermos melhor a ajuda profissional que as mulheres com vaginismo encontram. 

Encontram também perguntas sobre o vosso tipo de vaginismo, sobre vocês e sobre o tipo de resposta sexual que mais se adequa ao vosso caso. 

Participem! A vossa colaboração é valiosa!

E se quiserem participar em mais estudos deixem o vosso contacto (não fica associado ao questionário). Estou a organizar grupos com mulheres com vaginismo (atual ou passado) para falar mais sobre a questão da ajuda profissional.

Obrigada pela vossa generosidade.

Beijinho*

quinta-feira, 14 de março de 2019

Sabiam que o vaginismo deixou de existir?!

Pois é!

Em 2013 a designação 'vaginismo' desapareceu do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (vulgo DSM), agora na sua quinta edição.

Agora os sintomas e o diagnóstico tão nossos conhecidos encontram-se associado a algo designado por 'perturbação de dor genitopélvica/penetração'. Portanto, em vez de mulheres com vaginismo, passamos a ser mulheres com perturbação de dor genitopélvica/penetração...

Gostam mais assim? Eu cá prefiro o meu e o nosso vaginismo do que ter uma perturbação da penetração associada à dor.

Na minha opinião de leiga quiseram juntar o vaginismo (de que se sabe muito pouco) à dispareunia (que se sabe pouco, mas, mesmo assim, sabe-se um pouco mais do que sobre o vaginismo) e, como consequência, a DOR ficou como o ponto central desta perturbação. Não sei se gosto disto, até porque muitas de nós nunca experienciamos dor associada ao vaginismo. Eu, por exemplo, acho que tinha mais medo de não conseguir a penetração do que da dor. Aliás até se podia discutir se se trata de uma DISFUNÇÃO ou de uma FOBIA...

O que acham?
Disfuncionais ou fóbicas? :)
Vagínicas ou perturbadas da dor? :)
Ou tanto faz?

Mas, era isso, só para actualizar que o nome do blog se vai manter apesar desta nova designação da nossa disfunção sexual preferida ter mudado :)

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O vaginismo é do casal, não da mulher!

Agora que já respondi a todos os e-mails em atraso, acho mesmo que o blog merece um post novo.
Aqui vai :)

Desde o início do meu tratamento do vaginismo a única certeza que tinha era que não queria envolver o M. nas consultas, nem de fisioterapia, nem, muito menos, de psicoterapia. 

Porque tinha medo que nos retirasse aquilo que tínhamos de bom, que era a nossa sexualidade em conjunto.

Porque achava que as consultas poderiam contribuir para que houvesse uma 'deserotização' da nossa relação. 

Porque, e acima de tudo, acreditava que afinal era eu que tinha um problema. 
E não 'nós'.

Neste momento acredito que deveríamos ter tido algumas consultas em conjunto. 
E este post serve para quem ainda vai a tempo para isso...

O que se passou foi que, quando me apercebi, nas consultas com a psi, que o vaginimo é um problema do casal e não da mulher, não sabia bem o que fazer com isso. Aceitar que se eu estivesse com outro parceiro poderia não ter vaginismo... Não sabia mesmo o que fazer com isso!! 

E partilhar com o M. isso iria, na minha cabeça, fazê-lo sentir inseguro.

Tanto a psi como a fisio sempre respeitaram a minha vontade de excluir o M. das sessões. Ainda mais porque ele nunca foi excluído do tratamento. Sempre lhe contei tudo e, como sabem, ele também participou activamente nos ditos 'exercícios'.  

Acho que quando comecei a notar que realmente deveríamos ter partilhado as consultas com a psi, foi quando, após eu já conseguir ter penetração na maior ele não parecia ficar tão tranquilo e 'na maior' como eu. 

Ou seja, lembram-se de dizer que eu não queria que ele se sentisse inseguro?? Eis o resultado. 

Isto já passou e, sinceramente, nem sequer foi um drama. Mas poderia ter sido facilmente evitado! Com umas idas à psi em casal. Neste momento acredito mesmo nisso!

Portanto...

Incluam @s parceiro@s no vosso tratamento e, mais especificamente, nas consultas. 
Porque não há o 'meu' vaginismo, há o 'nosso'!!

- E aposto que as minhas fisio e psi estariam a pensar, se lessem isto: "Eu não tinha dito??" ;))  -

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Pedido de colaboração

Olá!

Bem sei que não tenho publicado nada, mas como o tempo não é muito, a prioridade tem sido dar resposta aos e-mails que recebo. E tenho respondido a tod@s :)

Recebi um pedido de divulgação de um estudo. Parece-me muito interessante.
Se puderem, colaborem!

É com estudos como estes que o vaginismo (embora o estudo não seja exclusiva e principalmente sobre o vaginismo) começa a ser mais divulgados e compreendido...

Aqui fica o pedido:

No âmbito da dissertação de Mestrado Integrado em Psicologia Clínica e da Saúde, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, está a ser desenvolvido um estudo com o objetivo de avaliar o papel da Auto-Compaixão, Imagem Corporal e Regulação Emocional na Satisfação Relacional e Sexual de mulheres com Dor Sexual e outras Disfunções Sexuais, sob a orientação do Professor Doutor Pedro Nobre e co-orientação da Doutora Cátia Oliveira.

Para a concretização destes objetivos solicitamos a colaboração de mulheres sexualmente ativas, com ou sem estas dificuldadesmaiores de idade  (idade igual ou superior a 18 anos), que estejam (ou não) numa relação amorosa há 6 meses ou mais, para o preenchimento de um questionário online.

Deste modo, pedimos a colaboração de mulheres:

que apresentem dor sexual:

com outra problemática de natureza sexual:

que não apresentem nenhuma destas dificuldades:

Para participar no estudo deverá escolher o link que melhor corresponda à sua situação atual.

No caso de apresentar mais do que uma das dificuldades previamente apresentadas, por favor selecione aquela que tem um maior impacto no momento presente.

A resposta ao questionário tem a duração média de 30 minutos. Algumas questões podem parecer mais difíceis, mas o seu estudo é importante. Se não tiver a certeza em relação à resposta mais precisa, selecione a que considerar que melhor descreve a sua opinião/experiência.

Considerando o tema do estudo, os questionários são completamente ANÓNIMOS, não sendo pedidos dados que possam identificar as pessoas que a eles respondem.

Caso se interesse em obter informação adicional ou ter acesso aos resultados do estudo, poderá entrar em contacto através do email priscila.acvasconcelos@gmail.com


Obrigada pela sua colaboração!


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Voltei! Voltamos :) Parte II

Após responder a todos os e-mails (acho que nunca escrevi tantas vezes 'desculpa pelo atraso na resposta'...) e a todos os comentários, atrevo-me a dizer que voltei de vez agora!

Vou mesmo manter o blog actualizado.
Até porque há muito que falar. :)

Tive conhecimento de mais dois blogs portugueses que já se encontram na lista de blogs. :)
Até surgiu numa conversa com uma leitora do blog que usar uma essência pode ajudar!
E muitas outras coisas. O que eu aprendo com vocês!
Este tempo que tive 'off' e ao abrir a caixa de correio percebi também que continuamos a precisar muito de ajuda para lidar com a ignorância sobre o vaginismo.

Foi mesmo bom perceber que muitos das meninas cujos e-mails ficaram sem resposta já estão em tratamento e, muitas das vezes, com as 'minhas' psi e fisio maravilhosas :D Tudo isso sem eu dizer nada!

E muitas histórias partilhadas. Umas mais felizes, outras menos.

Obrigada por confiarem em mim e... desculpem mesmo o atraso nas respostas!

Tentei responder a tod@s com o carinho que me merecem, mas se não o fiz, se alguma coisa ficou por dizer, se fui muito rápida na resposta digam, sim? A partir de agora vejo o e-mail todas as semanas.

Fiquem bem e até já!


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Voltei! Voltamos :)

Olá a tod@s!

Desculpem ter desaparecido, mas estive ocupada a gerar um ser humano dentro de mim :)
Se há desculpa boa é esta, não acham?

Conseguimos engravidar e temos um baby lindo que nos enche o coração todos os dias. Acho que foi por ter tanta gente a torcer por nós.

Agora que regresso (ou estou a tentar regressar) não posso deixar de agradecer a tonelada de visualizações, comentários e mensagens. Vou tentar responder a todo@s com todo o carinho. Como tenho a caixa de correio cheia é capaz de demorar, mas vão reclamando se demorar muito, combinado?

Por agora, só queria mesmo partilhar a novidade da gravidez e do nascimento do bebé. Agora somos três cá em casa :)

Até já!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ecografia endovaginal

Pronto, era inevitável.

A minha ginecologista adiou o mais possível, mas tive mesmo que fazer uma ecografia endovaginal. A sério, já há o papanicolau, a palpação com os dedos... Não chegava? Eu sei, são exames necessários, etc, etc, mas deixem-me lá desabafar que não acho isto nada bem. Tanto exame esquisito deixa-me por vezes frustrada por ter uma vagina e um útero...

Desabafo à parte, correu bem :)

O médico (sim, não foi a minha ginecologista solidária com a minha situação de ex-vagínica que fez o dito exame) não era lá muito querido, mas foi competente e não me magoou nada. Até porque disse que por eu ter o útero invertido (que mais me há-de acontecer?) a posição em que a sonda da ecografia tem que estar é mais desconfortável. Eu, sinceramente, não senti nenhum desconforto localizado. Só senti desconforto por estar ali naquela posição estranha e pelo médico ser estranho e ainda por cima estar uma assistente na sala a ajudar o médico a fazer anotações...

O procedimento: Estamos lá deitadas naquela cadeira medieval, o médico coloca um preservativo (sim, um preservativo) na sonda ecográfica e pede para quando encostar a sonda à entrada da vagina contrairmos e depois descontrairmos para entrar sem dor (e isso eu faço bem, já toda a gente sabe...). Depois da sonda estar bem lá dentro ele anda lá a ver como está o útero e os ovários e coisas assim... Ainda demora um pouquinho e é um alívio quando finalmente a sonda sai e posso voltar à minha condição de mulher longe daquela cadeira medieval....

Eu hoje estou para reclamar. Desculpem.
Mas, a sério, não custa mesmo nada. Mesmo com o útero invertido como eu :)

Aqui fica uma imagem para verem o que passei ;)



Aproveitem o restinho do Verão! :)

sábado, 3 de maio de 2014

Consulta com a ginecologista - versão 3.0

Voltei! :) :) :)

Depois de ter conseguido responder a todos os e-mails pendentes (que agradeço imenso!!!) resolvi que não passaria de hoje voltar ao blog. 

Se me tiver esquecido de alguém, reclamem, sim? ;)

É que já tenho saudades de escrever.

Antes que perguntem... gravidez nada. Mas continuamos a tentar :)

Tive a minha terceira consulta com a ginecologista. 

O que dizer?
Não custou nada. Não houve ansiedade e nem pensei muito no assunto. Nem antes, nem depois.
Gosto tanto do meu ex-vaginismo :)

Ok, não adoro fazer aqueles exames e ter o espéculo e os dedos da minha ginecologista dentro de mim.

Para não falar, naquela posição estranha e naquela cadeira que mais parece um instrumento de tortura.

Mas nada de dramas. Só desconforto...

Acho que o mais importante em ultrapassar o vaginismo é que, agora, esse desconforto não me causa dúvidas. 
Ou seja, logo após ter conseguido a primeira penetração vaginal todo e qualquer desconforto servia para me fazer duvidar se estaria curada ou não. Agora é bem diferente: todo e qualquer desconforto é atribuído a outra coisa qualquer ou nem sequer é uma questão. 

Uma questão que me colocam frequentemente é se, depois de ultrapassado o vaginismo, as relações com penetração vaginal correm 'normalmente'?

Não sei bem responder a isso. Acho que muitas vezes as penetrações vaginais podem correr de um modo um pouco atribulado (ou porque não se está lubrificada, ou porque o pénis vai demasiado fundo, etc, etc), mas não está relacionado com o vaginismo. Está relacionado com o facto de ser mesmo assim.

As vantagens das ex-vagínicas é que sabem resolver todas essas atribulações :)
Muito treino do pavimento pélvico dá nisso...

Espero que estejam tod@s bem.
Foi bom voltar!