quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ser vagínica para sempre?

Olá,

Novamente, fiquei uma tonelada de tempo sem escrever... 

Acho que em parte isto se deve a estar a 'ressacar' da ausência de consultas com a psi. 
Porque ando muito ocupada com trabalho já não vou à psi há alguns meses e acho que estou a sentir falta daqueles momentos de ajuda de interpretação do que sinto e do que faço.

Há algo aflitivo para vagínicas como eu, com vaginismo primário, ou seja que nuca tiveram penetração vaginal antes do vaginismo aparecer... 

Bem, acho que não posso dizer isto assim... 
Reformulando:

Há algo aflitivo para mim, que associo com o facto do meu vaginismo ter sido primário, ou seja, o meu vaginismo ter aparecido sem eu antes ter tido qualquer tipo de penetração vaginal 'normal'. 

Melhor, não acham? 
Isto de criticar generalizações  e depois reproduzi-las é que não pode ser... ;)

Bem, como dizia, o que por vezes é aflitivo é a convivência com o vaginismo apesar de tecnicamente o ter ultrapassado. Confuso?
Ou seja como é que eu algum dia vou saber se a minha relação sexual com penetração vaginal é como 'deve ser'?  Eu sei que o 'deve ser' é um conceito altamente duvidoso, mas uma coisa é aquilo que eu sei, outra coisa é aquilo que eu não consigo deixar de sentir.

Eu nunca vou saber como é que é para uma mulher que nunca teve vaginismo. 
Isto é incontornável, eu sei... Mas não deixa de me ocorrer de vez em quando. Há uma perda neste processo que por vezes ainda me faz ficar um pouco triste...

Por exemplo, quando a penetração vaginal está a ocorrer durante algum tempo (tipo 20 minutos) e começo a sentir uma espécie de 'ardor' o meu pensamento imediato é 'VAGINISMO'! Enquanto que uma mulher que não é vagínica associa imediatamente a isso coisas menos problemáticas tipo 'já não tenho lubrificação suficiente' ou 'preciso de mudar de posição'. Eu também acabo por pensar nisso, mas o pensamento imediato é o vaginismo...

E isto vai ser sempre assim?
Não me entendam mal, estas são queixas muito positivas para mim. 

Se há um ano atrás eu sonhasse que estes seriam os meus problemas não acreditaria e transbordaria de felicidade. Mesmo!

Mas, agora que já ultrapassei (tecnicamente, lá está) o vaginismo preciso de afastá-lo também de todos os pequenos desvios da perfeição que possam ocorrer da relação sexual com penetração vaginal. E não sei bem como fazer isto... Penso demais!

Ok. Está visto. Estou mesmo a precisar de uma consulta com a psi. 
Vou marcar. :)

Fiquem bem!
E continuem  a dar notícias! :) 

5 comentários:

  1. Muito interessante e surpreendente este seu novo post, do meu ponto de vista, ainda para mais vindo de alguém que, como já frisou várias vezes, entende o jogo erótico muito para além da penetração vaginal, não a incluindo sempre, aliás. Mas compreendo e respeito essa ansiedade, pois fica sempre uma ideia subconsciente de que o nosso percurso foi um tanto ou quanto dissonante face ao que é normativo, se é que isso existe. Para mim, no entanto, torna-se cada vez mais evidente que todos nós, nalgum momento de vida, nos confrontamos com algum tipo de dissonância, seja em que aspecto, podemos é tomar mais ou menos consciência disso e ultrapassar de maneiras diferentes. E digo-lhe até que me parece que a vida sexual das outras mulheres também deve ser feita de momentos de maior ou menor funcionalidade: pode não ser o vaginismo, pode ser a "simples" falta de desejo, simples mas tão necessária para que tudo faça sentido... Enfim, estou a divagar. Espero que encontre nas consultas o conforto que procura. Tudo de bom, Raquel

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  2. Olá Raquel!
    Obrigada pelo comentário e pelas palavras tão sábias.. ;)
    Também é surpreendente para mim estas coisas que me ocorrem de vez em quando e que não são coerentes com o que acho, penso e faço. Mas há momento em que não consigo deixar de sentir coisas, mesmo (teoricamente) não concordando com elas. Enfim... Nada de preocupante (espero!) :))
    Beijinhos...

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  3. Oi Sofia,
    sabe, eu também penso muito...! Mas nesse caso o pensamento tem que vencer o sentimento, porque está claro pra você que o vaginismo aumentou a sua sensibilidade sexual de um modo que mulheres sem vaginismo não conhecem...aliás, muitas mulheres não sabem o que é uma penetração de 20 minutos, o que também diz muito sobre o aprendizado do seu marido.
    Lembre-se que o horizonte existe para caminhar (Eduardo Galeano?), e também que a perfeição não existe! Quando você ficar triste lembre-se que a minha esposa (há nove anos...), além do ardor, não tem penetração, e se lembrará do quanto você já evoluiu...
    um beijo,
    M.

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  4. Olá Marcelo! Quem bom ver você aqui no blogue :))
    Pensamos demais, lá está! Mas tenho vindo a tentar não pensar tanto e concentrar-me no que me faz sentir bem. Acho que estou a sentir falta das minhas sessões com a psi para desconstruir estas parvoíces... ;) Só vou ter consulta em Novembro...
    Boa sorte para os dois. Sei que vocês os dois, enquanto casal, vão conseguir ultrapassar isto. Digo isto muitas vezes, mas acredito mesmo: se eu consegui toda a gente consegue!
    Falamos mellhor por e-mail.
    Bjs

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  5. Olá meninas,

    Todo músculo é capaz de relaxar. Existe uma nova especialidade da fisioterapia que auxilia mulheres com disfunções sexuais. Além do vaginismo, trata a falta de libido e orgasmo e dor na relação sexual.

    Quem quiser saber mais entre no meu site www.liviaalonso.com.br

    Sou fisioterapeuta especialista em disfunções sexuais femininas.

    Um abraço

    Dra. Lívia Alonso.

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