terça-feira, 5 de março de 2013

Masturbação feminina

Olá! 
Desculpem a ausência! 
E aqui fica um pedido de desculpa ainda mais especial às pessoas a quem ainda não respondi por e-mail! Adoro receber os vossos mails, com notícias, pedidos de ajuda, desabafos ou seja o que for, mas gosto de responder a cada um@ com a mesma atenção e cuidado com que me contactam e, por isso, por vezes demoro um pouco a responder. Mas eu respondo, prometo! ;)  
Obrigada pela paciência e para 'compensar' aqui fica um post que já tinha escrito há um tempão, mas que nunca tinha tido 'coragem' de publicar... :)) aqui vai...

Hesitei muito em fazer este post.

Acho esta palavra - mas-tur-ba-ção - horrorosa. Sempre achei.

Sei lá se é da fonética ou da semântica, se o que é que é, mas não gosto da palavra. 
Sempre que falo dessa 'coisa' digo algo (que a mim me parece mais simpático) que é tocar no corpo ou dar prazer com o toque. Não é tão rigoroso e claro, mas parece-me mais bonitinho.

No fundo, eu sei que esta aversão (?) à palavra está ligada ao tabu, estigma, preconceito, (...) que tenho em relação à sexualidade. Não fosse eu uma ex(?)-vagínica... ;)

Considerações à parte (e vou tentar usar a palavra adequada, portanto...) a masturbação (ggrrrr...) é muito importante para nos conhecermos. E estou a falar da auto-masturbação, portanto (não querendo, no entanto, desvalorizar a outra :))) )

Penso muitas vezes que não haveria primeiras vezes dolorosas se houvesse masturbação suficiente (em qualidade e quantidade) antes da dita primeira vez. É uma forma excelente de habituar o nosso corpo ao toque nessa área e descobrir como ele reage ao toque.

Apesar das minhas dificuldades com a palavra (não se nota nada, pois não?!), nunca tive problemas com a situação em si. 

Claro que o toque que fazia em mim mesma era sempre (antes da fisioterapia) externo, mais controlado (para não tocar na entrada da vagina e áreas muito vizinhas)  e nunca com penetração (aliás, não sei bem se a masturbação diz respeito apenas à parte externa ou inclui também penetração...)
Mas era sempre bom e despreocupado. 
Nunca senti culpa ou vergonha por o fazer. 
Agora, devo dizer, ainda é muito melhor. Porque já posso incluir a penetração com os dedos e com os vibradores e ainda por cima é terapêutico e aconselhado!! ;)

Neste processo todo apercebi-me que para muitas meninas vagínicas a masturbação nunca ocorreu e são 'obrigadas' a tocar em si próprias pela primeira vez por indicação da terapeuta. E até olhar para si próprias pela primeira vez.
E é muitas vezes um processo muito difícil... 

Dá que pensar, não acham? Devíamos aprender enquanto mulheres a estarmos em paz com o nosso corpo e a procurar tirar o máximo prazer dele. Sem stress, sem culpa, sem achar que é feio ou pecado. Ainda para mais com o bónus de, se tivermos uma relação, a masturbação que fazemos sozinhas vai contribuir para a qualidade da relação a dois. E se não tivermos uma relação, é bom na mesma! :)

E relaxa, faz bem à pele e não tem efeitos secundários negativos. ;)

Mesmo assim, devo confessar que, enquanto escrevo este post, estou para aqui a pensar 'publico, não publico?', 'ai que vergonha falar disto!', 'o que vão as pessoas pensar disto?'...
Sim, e isto vindo da mesma pessoa que já publicou mensagens bem mais 'corporais' e íntimas...

Pronto, mas aqui fica. Coragem! ;)
Desculpem o post mais ou menos atrapalhado... e não pensem mal de mim, sim? :)




4 comentários:

  1. Olá, Sofia!

    Eu nunca me masturbava (não tenho problemas com a palavra... risos) antes de viver certas situações (estar separada, querer enfrentar o vaginismo). E me lembro até hoje (uns 4 anos depois) de como foi o primeiro momento em que me masturbei. Foi meio na necessidade mesmo, porque estava com muita vontade. E foi maravilhoso! Lembro de ter pensado "Caramba, nunca havia sentido algo assim". Sentia prazer com o ex, mas não naquele nível. Pq a gente se conhece, se testa na masturbação. E assim tem sido. E tem sido ótimo. Claro, sinto falta do beijo e do abraço, da "pegação" de um homem de verdade. Mas não fico mais sem prazer não. É muito importante mesmo. E não tenho pudores comigo, o que é ótimo. Bom falar sobre isso, sabia?

    Abração pra vc. E volte ao blog pra dar detalhes das sessões de fisio, tá?

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    1. É mesmo isso, Amor perfeito! Maravilhoso! :)

      Pode encontrar todos os detalhes das sessões de fisio aqui no blog. É só procurar pela etiqueta 'fisioterapia' (em 'aqui fala-se de') ou usando este link: http://vaginismos.blogspot.pt/search/label/Fisioterapia.
      Boa fisio!

      Beijinho :)

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  2. Ah Sofia, mas que decepção...! Logo você, falar sobre masturbação, um tema tão feio...! (risos)
    É claro que estou brincando. É muito importante falar sobre essa dimensão natural do ser humano. Sabe que o prazer genital é tão natural que ele é descoberto (na maioria das vezes) ainda na infância? E crianças não sentem culpa por tocarem o seu corpo até que a mãe ou o pai digam "tira a mão daí menino (a)! É sujo!". Mal sabem esses pais que hoje em dia essa teoria que associa o prazer exclusivamente ao órgão genital está completamente ultrapassada. Pois atualmente todas as áreas de estudo relacionadas com a sexualidade reconhecem que o corpo todo tem zonas erógenas (que dão prazer). Portanto, alguém que reprime o prazer genital pode se surpreender tendo prazer (e quem sabe um orgasmo) ao fazer um exame clínico na orelha!! Alguém duvida?
    Você fez muito bem em publicar esse post. Há tempos em penso em publicar sobre isso, mas sem dúvida a sua abordagem feminina sobre um tema feminino tem muita vantagem. Por isso, gostaria de pedir para publicar o seu post (remetendo à origem) no Botão de Rosa, ou, se você preferir, faço apenas uma resenha dele.
    Realmente é surpreendente que muitas mulheres nunca tenham se tocado. E parece que no caso do vaginismo isso é ainda mais verdade, assim como a necessidade de conhecer o próprio corpo e de superar as barreiras da sexualidade reprimida.
    Um abraço...

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    1. Sempre inspirado, Marcelo! :)
      Pode publicar à vontade o post ou faça uma resenha. Como quiser.
      Beijinhos :)

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